quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Aborto


Um dos assuntos mais discutidos e questionados em nossa sociedade é o aborto, algo que abrange muitos aspectos, como o religioso e o moral.
Dentre todas as espécies e formas de aborto, uma que está sempre em pauta é sobre crianças que possuem alguma deficiência grave, como o caso da anencefalia, que consiste em má formação da ausência total ou parcial do encéfalo, proveniente de efeito de fechamento do tubo neural durante e formação embrionária.
Neste caso, mesmo sabendo que a criança não conseguirá sobreviver após seu nascimento, pensamos se ela deve ou não ser retirada antes da hora do útero de sua mãe. De acordo com a lei, a mãe só pode cometer o aborto em caso de estupro, risco de morte para a mãe, e mediante a autorização judicial.
Na maioria dos casos o aborto é cometido por meios não médicos, como o uso de certas drogas, ervas, ou a inserção de objetos não-cirúrgicos no útero, que são potencialmente perigosos, o que acaba aumentando o risco de infecções, ou até levando à morte.
Qualquer forma de se retirar uma vida é ilegal, pois se Deus a concedeu, quem somos nós para tirá-la? Mas nessas circunstâncias, poderíamos pensar não só pelo desgaste físico, mas pelo lado emocional também. Seria justo uma mãe esperar nove meses para ter seu filho nos braços, e logo depois de horas ou meses saber que ele está morto? Se nesse caso a morte para o bebê é inevitável, seria melhor anteciparmos esse acontecimento, evitando sofrimento à família, e principalmente à mãe, que teria que agüentar as dores de uma gestação e o terrível fato de saber que seu pequenino nascerá sem vida.
Na questão da legalização do aborto, isso será fora de cogitação, pois imaginem o caos que essa ação poderia causar. As pessoas começariam a encarar a vida de uma forma desumana e cruel, deixando de lado os princípios e o dom de se gerar um ser. Mas a legislação brasileira poderia repensar melhor em alguns aspectos, como no caso da anencefalia, antecipando o inevitável e, assim, diminuindo a dor e a tristeza.
Se fosse constatado em exames que o bebê nasceria com algum problema, mas que pudesse ser resolvido, seja por motivo de remédios, operações, ou por meio de tudo que existe de moderno e avançado em nossa medicina, é óbvio que nesse caso o aborto deveria estar fora de cogitação. A justiça brasileira poderia fazer uma votação para se decidir quais as melhores atitudes a serem tomadas em casos de anencefalia, ou até mesmo em caso de outras doenças, em que a criança não teria chance de sobrevivência.
Também não podemos nos esquecer da Igreja, que não aceita de forma alguma o aborto, seja ele em qualquer circunstância. Para ela, após uma vida ser concebida por Deus, ninguém possui o direito de retirá-la, mesmo que essa vida tenha sido concebida por um estupro, ou que a vinda da criança ao mundo acabará causando a perda da mãe.
Steven Levitt, da University of Chicago, e John Donohue, da Yale University, realizaram um estudo polêmico em que associam a legalização do aborto com a baixa taxa de criminalidade, que só vem diminuindo na cidade de Nova York. Podemos notar que esse assunto é algo abrangente e, por isso, depois da vasta explicação dada sobre o assunto, é indicado que cada um consiga tirar suas próprias conclusões e, assim, formar uma opinião concreta sobre o assunto.