sexta-feira, 17 de abril de 2009

Álcool, jovens e propagandas


Todos os pais conhecem histórias de colegas de seus filhos ou de seus próprios filhos, sobre o consumo de álcool. Na maior parte desses episódios, os alcoolizados são menores de idade. Desse modo, observamos que cada vez mais cedo jovens se envolvem com esse tipo de droga, que danifica principalmente o sistema nervoso. Tais malefícios podem ter relação com as propagandas de cerveja, pois esta estimula os jovens a consumir essa droga antes dos dezoito anos, o que pode causar a dependência do mesmo.
Vale ressaltar que pesquisas realizadas com jovens revelaram que na opinião deles as propagandas estimulam a compra de cerveja, por exemplo, como incentivo para que tomem o primeiro copo. Antes disso, os donos de cervejarias investem milhões em propagandas, o que demonstra o quanto a população consome tais produtos. Com isso, os jovens são os mais afetados pelos comerciais de cerveja, que em sua maior parte mostram uma realidade totalmente alusiva, e mulheres com corpos perfeitos, praias maravilhosas e pessoas extremamente aceitas no meio social são expostas, pelo simples fato de estarem com um copo de cerveja nas mãos.
Essa situação é acentuada devido aos inúmeros estabelecimentos e festas que não cumprem a lei brasileira, e vendem bebidas alcoólicas aos menores de dezoito anos. Dessa maneira, entende-se que proibir a venda de bebidas alcoólicas aos menores fará com que o número de alcoolizados se limite aos maiores de idade, que possuem o direito de responder por seus atos. Entretanto, o número de jovens consumidores de álcool não para de crescer, o que revela os comerciais como os reais causadores desse aumento.
Dessa forma, quando a vontade de experimentar a “bebida maravilhosa” brota em nossos corpos, temos a necessidade de experimentá-la, mesmo que seja antes da hora. Assim, a maior parte destes menores envolve-se com bebidas, pois buscam a aceitabilidade social existente nas propagandas. Como a maior parte dos adolescentes ingere álcool em grande quantidade, os demais, muitas vezes tímidos, acreditam que ao beber, estarão mais soltos, e agradarão a todos que o cercam.
Infelizmente, o que vemos é uma realidade totalmente reversa à exposta nas propagandas, pois enquanto os comerciais mostram aceitação e prazer, na realidade estaremos sujeitos à cirrose, ao câncer, à dependência, e outros malefícios, como mostram estudos realizados em tais consumidores. Após alguns instantes a sua ingestão, sinais de encorajamento e espontaneidade surgem em seus consumidores, como mostram os comerciais, e muitos se acham melhores sob o efeito do álcool. Um pouco mais tarde, estes não se lembrarão do que fizeram ou falaram, seus corpos pedirão cada vez mais a droga, e estes terão problemas tanto no meio social quanto no pessoal.
Além disso, não podemos nos esquecer que na maior parte dos casos relacionados ao consumo de álcool, estes embriagados são protagonistas de acidentes de trânsito, crimes, agressão doméstica, entre outros. Muitas dessas pessoas extrapolaram no consumo de álcool, ou já se tornaram viciadas. Percebemos que as propagandas de cerveja unem imagens apelativas, soam preconceituosas e machistas, exploram a sensualidade e expõem amigos juntos, todos com uma garrafa de cerveja, como se este fosse o orgulho de ser brasileiro.
Nesse sentido os publicitários induzem o jovem a beber, pois são estes que consumirão por muito mais tempo, e gerarão lucros altíssimos as empresas, que não se incomodam de gastar milhões em propagandas de cerveja. Ao contrário dos empresários, o indivíduo consumidor acaba como viciado, ainda mais se este começou a beber desde jovem. Nestes casos, freqüentar o AA (alcoólicos anônimos) é necessário, e em níveis absurdos de álcool, que podem gerar um coma alcoólico, a internação em clínicas específicas se faz necessário.
Por ser um problema de origens diferentes, psicólogos informam que em caso de jovens dependentes do álcool, os pais saibam orientar seus filhos, e intervenham imediatamente ao perceber que estão envolvidos com bebidas muito cedo. É preciso, portanto, que o adolescente consiga ter uma visão coerente e crítica sobre as propagandas, tendo a total responsabilidade para assumir seus atos, pois para provar sua maturidade existem outros meios, e descartamos assim o álcool para essa finalidade.