terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Distúrbios alimentares


Pessoas mais fofinhas e um pouco acima do peso no mundo medieval eram consideradas nobres, a plebe da sociedade antiga, representando a fartura e o grande poder aquisitivo.
Com o passar do tempo, foi surgindo a era chamada modernidade, e com ela vieram as novas formas de agir, pensar, ser e viver. Um dos aspectos que mudaram com o decorrer dos anos diz respeito à forma física, em que pessoas belas e cheias de saúde não possuem um pouco a mais de massa corporal, e sim corpos sem curvas, que de preferência sejam extremamente magros. O problema dessa preocupação excessiva com a beleza é a pressão psicológica feita pela própria sociedade, o que acaba resultando em distúrbios alimentares, podendo levar à bulimia e à anorexia. Esses dois transtornos alimentares na maior parte são acometidos em mulheres, muitas vezes modelos, que sofrem muita pressão, pois os padrões de beleza ditados pela moda exigem manequins esguios, de corpos sem curvas, para que se adaptem em qualquer tipo de roupa. Modelos que são de classes sociais mais baixas geralmente servem de sustento para sua família, por isso tentam ser cada vez mais lindas e cumprir tudo o que os padrões pedem, para que consigam ingressar bem nessa carreira, e oferecer uma vida melhor aos seus familiares.
Problemas de saúde como esses não são só acometidos em modelos, muito pelo contrário, podem ocorrer em diversas profissões, como por exemplo, em atletas, bailarinos, dançarinos, ginastas e etc. Funções estas que exigem uma melhor aparência e uma representativa flexibilidade acabam por motivar esses profissionais a tomar a decisão de se perder peso, o que resulta em uma obsessão, podendo se tornar um desses transtornos alimentares.
Casos como esse são comuns em nossa sociedade, mas existem alguns fatos que acabam tendo maiores repercussões, como o caso de uma modelo que foi vítima da anorexia em 2006, em que a fatalidade teve depoimentos de diversas personalidades, trazendo novamente à tona este assunto.
Para a indústria da moda e muitas pessoas, um corpo como aquele da jovem morta simboliza a beleza, o chame e a sensualidade, mas faz com que esqueçam de que por trás de toda esta maravilha existe um organismo, uma alma, que se não são tratados com cuidado, e não recebem tudo o que necessitam, como uma boa alimentação e cuidados especiais, toda essa beleza pode desaparecer, transformando-se em monstruosidade.
Na maioria dos casos, se tratada a tempo, com o acompanhamento de psicólogos e psiquiatras, a doença pode ser sanada e controlada, com muita força de vontade e ajuda familiar. No caso da anorexia e bulimia, que são transtornos alimentares, um dos métodos mais eficazes é a terapia, podendo ser tanto a em família, a em grupo ou a individual. Como o paciente nega, na maioria das vezes, vontade de se tratar, a paciência e o diálogo são indispensáveis na recuperação do mesmo.
O acompanhamento com nutricionistas também é indispensável, pois o paciente que passa por distúrbios alimentares apresenta carência de certos nutrientes em seu organismo, como a falta de ferro, por exemplo, necessitando de uma lista feita pelos próprios profissionais, na qual fique bem claro o alimento que se deve ingerir em maior quantidade, para que seu organismo volte ao normal. As doenças “oportunistas” como a anemia, costumam aparecer, dando mais fragilidade ao corpo que já está debilitado.
Por isso, os pais devem estar sempre presentes na vida dos filhos, pois só assim conseguirão perceber quando eles estão precisando de ajuda, e perceberão que eles vão sair de uma fria muito mais rápido, pois sabem que terão pessoas dispostas e enfrentar qualquer coisa até que seu filho esteja são e salvo.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Aborto


Um dos assuntos mais discutidos e questionados em nossa sociedade é o aborto, algo que abrange muitos aspectos, como o religioso e o moral.
Dentre todas as espécies e formas de aborto, uma que está sempre em pauta é sobre crianças que possuem alguma deficiência grave, como o caso da anencefalia, que consiste em má formação da ausência total ou parcial do encéfalo, proveniente de efeito de fechamento do tubo neural durante e formação embrionária.
Neste caso, mesmo sabendo que a criança não conseguirá sobreviver após seu nascimento, pensamos se ela deve ou não ser retirada antes da hora do útero de sua mãe. De acordo com a lei, a mãe só pode cometer o aborto em caso de estupro, risco de morte para a mãe, e mediante a autorização judicial.
Na maioria dos casos o aborto é cometido por meios não médicos, como o uso de certas drogas, ervas, ou a inserção de objetos não-cirúrgicos no útero, que são potencialmente perigosos, o que acaba aumentando o risco de infecções, ou até levando à morte.
Qualquer forma de se retirar uma vida é ilegal, pois se Deus a concedeu, quem somos nós para tirá-la? Mas nessas circunstâncias, poderíamos pensar não só pelo desgaste físico, mas pelo lado emocional também. Seria justo uma mãe esperar nove meses para ter seu filho nos braços, e logo depois de horas ou meses saber que ele está morto? Se nesse caso a morte para o bebê é inevitável, seria melhor anteciparmos esse acontecimento, evitando sofrimento à família, e principalmente à mãe, que teria que agüentar as dores de uma gestação e o terrível fato de saber que seu pequenino nascerá sem vida.
Na questão da legalização do aborto, isso será fora de cogitação, pois imaginem o caos que essa ação poderia causar. As pessoas começariam a encarar a vida de uma forma desumana e cruel, deixando de lado os princípios e o dom de se gerar um ser. Mas a legislação brasileira poderia repensar melhor em alguns aspectos, como no caso da anencefalia, antecipando o inevitável e, assim, diminuindo a dor e a tristeza.
Se fosse constatado em exames que o bebê nasceria com algum problema, mas que pudesse ser resolvido, seja por motivo de remédios, operações, ou por meio de tudo que existe de moderno e avançado em nossa medicina, é óbvio que nesse caso o aborto deveria estar fora de cogitação. A justiça brasileira poderia fazer uma votação para se decidir quais as melhores atitudes a serem tomadas em casos de anencefalia, ou até mesmo em caso de outras doenças, em que a criança não teria chance de sobrevivência.
Também não podemos nos esquecer da Igreja, que não aceita de forma alguma o aborto, seja ele em qualquer circunstância. Para ela, após uma vida ser concebida por Deus, ninguém possui o direito de retirá-la, mesmo que essa vida tenha sido concebida por um estupro, ou que a vinda da criança ao mundo acabará causando a perda da mãe.
Steven Levitt, da University of Chicago, e John Donohue, da Yale University, realizaram um estudo polêmico em que associam a legalização do aborto com a baixa taxa de criminalidade, que só vem diminuindo na cidade de Nova York. Podemos notar que esse assunto é algo abrangente e, por isso, depois da vasta explicação dada sobre o assunto, é indicado que cada um consiga tirar suas próprias conclusões e, assim, formar uma opinião concreta sobre o assunto.